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quinta-feira, 18 de março de 2010

PsicOfilmE: Guerra ao Terror ("The Hurt Locker")

Como eu havia prometido na postagem sobre o Oscar 2010, já vi o grande vencedor deste ano e comentarei-o agora. Vamos falar de "Guerra ao Terror".
Dirigido pela primeira mulher a ganhar um prêmio de direção no Oscar, Kathryn BigelowGuerra ao Terror desbancou Avatar na premiação mais importante do cinema, e eu pude conferir o por quê. Mesmo achando que o filme de James Cameron é melhor do que o de Bigelow em meia dúzia de aspectos, ao menos o prêmio pessoal DELA foi merecido, e é compreensível a opção do filme DELA pela Academia.

Guerra ao Terror é, antes de mais nada, um filme diferente. Fala de como a guerra e a adrenalina de um campo de batalha são viciantes. Para citar um exemplo, nosso protagonista, o Sargento William James, não pára de falar de como foi seu tempo no front enquanto cozinha legumes com a sua esposa (que não aguenta mais). Parece simples, mas foram essas coisas que conquistaram os críticos. Outra cena interessante é quando os homens têm que limpar - na saliva mesmo - cada projétil de um fuzíl para que pudessem atirar, pois estes estavam cobertos de sangue; ou quando, depois de muito tempo esperando de baixo do sol, com os olhos num rifle, aguardando uma chance de atirar, o Sargento James e seu rival (Sargento Sanborn) passam um para o outro, num ato simbólico, um suco embalado para o campo de batalha. O filme tem suas horas chatas, realmente, mas ganha nessas sutilezas que exigem um olhar um pouco mais apurado para serem percebidas. Como diria Rafik, de O Rei Leão, você precisa "Olhar além do que vê".

Em termos de edição e direção o filme é realmente bom. As cenas em câmera lenta dos efeitos da onda de choque causada pelas explosões é de encher os olhos. Os ângulos de câmeras, principalmente nas horas em que os soldados estão desarmando as bombas (ah, havia esquecido, os soldados do filme são do esquadrão anti-bombas do Exercito americano no Iraque. São eles que desarmam carros-bomba e etc), são planejados para que o telespectador se sinta como um dos iraquianos que observam toda a ação nas sacadas de suas casas. É como eu disse: Eu prefiro Avatar? Prefiro, mas que este filme é bom, é.

Quem gosta de cinema, ficou intrigado com o acontecido surreal do filme mais revolucionário do ano ter sido superado por um filme relativamente barato (11 milhões de dólares. é muito para mim e para você, mas Avatar custou 500 milhões...), ou gosta daqueles documentários que mostram a realidade dos jovens no front iraquiano numa guerra sem propósito, DEVE ver Guerra ao Terror. E quem não gosta de nada disso, também deveria ver pois Kathryn Bigelow venceu de seu ex-marido de lavada (ela foi casada com James Cameron...)! É motivo mais que suficiente para qualquer feminista assistir a obra. Confiram.

Um comentário:

  1. Concordo com a sua visão, principalmente porque acho muito merecido o premio pra Kathryn Bigelow. Mas esse filme superar Avatar e se tornar ganhador de 6 OSCARS, é algo realmente questionável.

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