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sábado, 10 de abril de 2010

PsicOfatO: Ainda a Chuva

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Primeiro eu gostaria de me desculpar pelo atraso dos posts, mas com o recente cataclisma carioca - assunto desta coluna - a internet está dando lápsos de funcionamento.

Bom, eu sei que já falei deste assunto essa semana, mas seus desdobramentos não param. Volto, portanto, a falar da chuva que começou nesta segunda-feira, dia 5 de Abril, e só foi embora em definitivo hoje, dia 10, levando consigo muitas coisas.
Por volta das 17h do dia 5, duas massas de ar calharam de se encontrar sobre a parte mais oriental da Região Sudeste brasileira. Uma dessas massas vinha do oeste, carregada de vapor proveniente de todas as fontes de água do Brasil; a outra, vinha, gelada, do sul do Oceano Atlântico, carregada de vapor de gigantescas áreas de puro mar. O encontro desses dois grandes bolsões aéreos de ar e água misturou-se e gerou pressão, assim, ascendendo todo o novo conjunto gasoso e condensando-o na nossa Atmosfera. O problema começou aí. Era muito vapor. Bem mais do que se esperava naquela ocasião, logo, o resultado foi muita chuva. Muita água a cair. Bem mais do era esperado, desta vez, para todo o mês de Abril. Muito mais.

24H depois, ás 17h do dia 6, o céu ainda desmanchava sobre nossas cabeças. Tanto tempo de chuva, numa região que não está acostumada a tais volumes, com habitantes que edificam casas em áreas de risco, e uma população que é culturalmente imunda com o próprio habitat, gerou cinco consequências, na ordem: rios transbordados; escoadores e ralos intupidos; enchentes; deslizamentos de terra e, inevitavelemente, mortes.

No decorrer desta semana houve áreas onde rios e ruas se misturavam e carros davam lugar a barcos. Na maioria  destas áreas, até onde a vista alcançava via-se água, e mais água. Nos deslizamentos (destaque para a tragédia do Morro do Bumba, em Niterói), em diversos pontos, pessoas perderam pertences, casas, amigos e parentes. Quem vivia em regiões mais tranquilas quanto aos terreno, ao menos sentiu um efeito. Todos ficaram ilhados.

O temporal levou consigo quase 220 vidas, mais de 100 só em Niterói, o município mais castigado pela tempestade. Lá, no chamado Morro do Bumba, uma cratera de dezenas de metros foi aberta, e carregou, morro abaixo, tudo que não resistiu às toneladas de barro deslocadas. A Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros ainda trabalha para tirar pessoas soterradas. A cada hora mais alguém é encontrado sob o solo revolvido- quase sempre morto. Com a tragédia, veio à tona um fato: O Morro do Bumba já fora um grande aterro sanitário. As famílias que ali vivem construíram suas casas sobre lixo compactado. Com a catástrofe do deslizamento, litros de chorume e quilos de lixo voltaram à superfície. A Prefeitura, pobrezinhos, de nada sabiam. Deixaram, então, pessoas inocentes se habitarem em cima de uma fétida e perigosa bomba relógio.


Povo fluminense, agora é hora de reconstrução. A tempesteda está quase no fim. É nesse momento que quem foi arrasado pela tragédia levanta-se. E quem ainda está de pé, mesmo depois do fenômeno quase bíblico que se passou, tem, como dever, apoiar aqueles que caíram, para que novamente possam se erguer. Todos que perderam tudo contam com doações. Roupas, água e alimentos se fazem necessários. O esforço agora é nacional, ajudem. No Rio de Janeiro, as doações estão sendo arrecadadas nas unidades do Sesi/Senai em todo o estado. Em São Gonçalo, além das unidades do Sesi/Senai, a prefeitura da cidade também está arrecadando. E no epicentro da catástrofe, Niterói, além das já mencionadas instituições, o Clube Canto do Rio, também recolhe todas as ajudas possíveis. O PsicOgansO pede a sua ajuda, leitor, com o que puder. Desde um colchão e 10kg de macarrão, até um saco de feijão e uma garrafa d'água. Força, galera.

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