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quarta-feira, 28 de abril de 2010

PsicOfilmE Especial: As Melhores Coisas do Mundo (2010)

Primeiro PsicOfilmE em tempo real, de uma obra que está em cartaz! Acabo de voltar do cinema, e não poderia deixar de indicar este filme nacional (leiam o post antes de criticar...) que é feito para você que lê este blog, para mim, que escreve e para todos os jovens do planeta. "As Melhores Coisas do Mundo", de Laís Bodanzky.

Como 98,8% de vocês, e cinéfilo assumido, tenho meus motivos para pôr o pé atrás quando o assunto é cinema nacional. Hoje não foi diferente. Dirigi-me ao melhor cinema de Niterói para comprar antecipadamente meu ingresso para a maior estreia do 1° semestre de 2010, Homem de Ferro 2, nesta sexta-feira. Como os bilhetes só estarão disponíveis amanhã, e eu não queria perder a viagem, decidi ver o 2° maior filme do 1° semestre deste ano, "Alice no país das Maravilhas", de Tim Burton, só que o 3D não estava funcionando... Ainda não querendo inutilizar meu deslocamento, fui para uma sala de projeção próxima, porém fraca em relação a outra, e, talvez por isso, muito baratinha. Devido ao preço e a minha frustração, cheguei no cinema e pedi um ingresso para o filme que começaria mais perto do horário da ocasião. Resultado: caí de pára-quedas num dos melhores filmes sobre o universo adolescente que já tive a oportunidade de assistir.

Baseado numa série de livros, As Melhores coisas do Mundo narra a trajetória do jovem "Hermano...Mano" como ele mesmo diz. Mano é um adolescente de 15 anos com direito a tudo que esse título representa: A pressão dos pais, a investida dos amigos para que perca a virgindade, um amor impossível, tentar fazer parte de determinado grupo ainda tentando ser você mesmo, ser ou não influenciável... Enfim, tudo que eu e boa parte de quem lê isso agora passa. Quando cheguei para assistir o filme, estava aterrorizado com a ideia de ser uma obra tratando de adolescentes e seus dilemas como uma Malhação da vida (até porque o feioso do filho do Fábio Jr., Fiuk,está no elenco, e bem razoável até.). Mas, meu amigos, garanto que não é.

Mano, interpretado com verdade por Francisco Miguez, precisa enfrentar a separação de seus pais, e a descoberta da homossexualidade de seu pai (motivo de momentos divertidos e emocionantes na película). Dividindo isso com seu irmão (Fiuk) ele torçe para que ninguém na escola descubra o fato, já que lá rola "um Big Brother do mal" (segundo ele), representado por uma blogueira que espalha fofocas e segredos de todos. No meio disso tudo, ele lida com a frustração da virgindade (a primeira seqüência do filme retrata ele e os amigos indo a um prostíbulo, onde Mano, não faz nada) e a sua timidez natural. Para suportar a pressão, ele conta com sua amiga Carol, seu amigo Deco e um professor de violão que funciona como sua consciência, seu concelheiro, Marcelo (Paulo Vilhena). Destaque para Denise fraga que interpreta a mãe de Mano e o faz com uma beleza rara (atenção a uma certa cena com ovos...). Enquanto Mano é o tímido, Deco é o oposto. Fica com todas as meninas, bebe muito, fuma, zoa o plantão, e é aquele cara que tira onda de experiência e te empurra ou encoraja a chegar numa menina ou fazer uma besteira... quem não conhece um Deco na vida que atire a 1° pedra.

A trama do filme não deixa muito clara a localidade da história. Mesmo muitas vezes se tendo certeza de que trata-se de São Paulo, os créditos inicias tem o logo da prefeitura do Rio (e de muitas outras, incluindo a de São Paulo) bem grande e há ocasiões em que vemos "Lapa" escrito nos ônibus. Não importa onde Mano e companhia estão vivendo, poderia ser em Los Angeles ou Londres, o centro é a vida dos jovens. É fácil notar, também, que em muitas passagens, provavelmente, deviam ter apenas um tema central onde os atores improvisaram as falas. O que torna tudo mais agradável, natural e reconhecível nas telas. Um filme de adolescentes, para adolescentes, sobre adolescentes.

Os jovens nesse filme falam como eu e vocês, agem como eu e vocês, e têm os mesmos problemas e alegrias que eu e vocês temos. Em alguns momentos tudo parecia um grande - e ótimo - documentário, devido a tamanha naturalidade das atuações. Torno a dizer, talvez o melhor filme sobre o universo jovem que eu já vi, facilmente identificável pelos espectadores de seu público alvo. Ao ver o filme, meu amigo leitor entre 13 e 20 e poucos anos, você certamente encontrará um perfil que corresponde ao seu. Seja, um jovem obscuro, um ativista, um excluído, um popular, uma curiosa, uma Carol sonhadora, um Deco safo ou um Mano indeciso. Parabéns a todos os atores, à trilha sonora (galera, escutem "Something", dos Beatles), a iniciativa, ao texto e a direção.

Aproveitem qualquer tempo livre que tiverem e assistam "As Melhores coisas do Mundo". Se não tiver com quem assistir, veja sozinho, pois aí, na hora de aparecer algo constrangedor na tela que você conhece, pode dizer "caramba! É assim mesmo!", sem gerar questionamentos. Se você é pai de adolescentes, é bom ver também, garanto que vai entender 80% dos motivos de discussões com seus filhos. Mas meus leitores jovens estão intimados a assistir! Curtam mesmo, é bom!


"Não é impossível ser feliz depois que a gente cresce, ...só é mais complicado."
(Hermano... Mano)




P.S: COMENTAR NÃO DÓI...

2 comentários:

  1. Realmente o filme parece ser muito bom, ja tinha pesquisado sobre ele. É dficl um filme que retrate bem o universo adolescente como ele realmente é, um dos melhores que ví foi "Aos 13" que retrada a historia de uma garota que muda para se encaixar em determinado grupo e acaba em um mundo de drogas, sexo, etc. Cena mais que comum no nosso mundo. O post esta muito bom, e vindo de você cinéfilo que é, vale a pena conferiria o filme. Abraços.

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  2. vlw pela confiança, é bom mesmo. E falando de "Aos 13", ele é muito traumático, mesmo sendo verdadeiro, pessoas como eu e você não se meteriam naqueles lances. Já nesse filme de agora, todos nós nos indentificamos, todos nós MESMO!

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