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domingo, 20 de dezembro de 2009

Jingle bell, Jingle bell...


Antes de começar o post eu gostaria de me desculpar com a falta de atualizações no blog. é que o PsicOgansO entrou de férias (como a gigantesca maioria de vocês, que lêem isto agora) e só sobrou eu aqui. E, convenhamos, eu também tenho direito a um pouquinho de vagabundagem... As postagens continuarão, podem continuar a freqüentar, só que a pontualidade é que estará em falta até, pelo menos, Janeiro.


Ah, o Natal... época boa, né? Tempo de paz, de união, de fingir que adora aquele seu tio peidão e aquela tia feiosa... né? Mas sobre as frivolidades do Natal eu falarei na iminência da data. Agora, porém, eu gostaria de deixar meu comentário sobre um grande saco de marketing gordo e vermelho: Papai Noel. Eu adoro o sujeito. Acho legal o lançe de mensagem, de nunca esqueçer ninguém, de ser um velhinho bondoso e amável, de ser um grande símbolo do final de ano, adoro tudo isso. Mas não dá para negar que ele é, e sempre foi, um grande - e vermelho - impulso consumista. Não que eu não goste dele, o que realmente me irrita é como ele é representado... aqui, no Brasil.

Vamos pensar um pouco:
Na época de fim de ano no nosso país, é verão e está um calor, muitas vezes, dantesco ---> Papai Noel usa um grande e quente casaco, com direito a gorro e tudo.

No Brasil, por ser um país tropical, nunca houve necessidade de lareiras nas casas - quem as têm são pessoas muito conservadoras que moram em regiões muito frias, como o Sul, ou então ricos imitões que nunca as usam. Ainda assim não deve passar de 0,5% da população nacional. ---> Papai Noel, em seu pomposo mito, entra nas casas pela chaminé.

Ainda falando da tropicalidade de nosso país, aqui não cai neve (não me venha com as geladas sulistas dos últimos anos porque isso ainda está longe de justificar um trenó) e não existem renas. --->> Papai Noel vem voando num trenó puxado por renas...

Estão vendo como, se fôssemos levar ao pé da letra, o bom velhinho jamais passaria por nós. Ele olharia lá de cima e não veria chaminés, voaria por aqui e não agüentaria o calor e suas renas provavelmente soltariam lá de cima um "rojão" com qual não estamos acostumados - deve ser bem maior que o de um bom e velho pombo - e levariam um tiro, ainda mais se passassem pelo Rio de Janeiro - nem helicóptero barra essa...

Infelizmente, Noel e companhia já estão incorporados à nossa cultura, mas eles só provam nossa falta de originalidade. A vontade ancestral de não sermos quem somos trás seu mais famoso representante num veículo que ninguém sabe o que é, puxado por animais que boa parte da população jamais viu. Ao longo do tempo podemos criar nossas vertentes do mito, como quando incorporamos o presente sendo posto no meu saaapatinho, na janela dooo quintal.... É, boa tentativa. Creio eu que ela foi inventada quando D. Pedro chegou aqui e abriu o berreiro para D. João, achando que Papai Noel não passaria na Praça XV.

Chegamos ao cúmulo de, na propaganda deste ano de uma tradicional marca de perfumes, uma luz simbolizando a magia do Natal entrar pela chaminé de uma casa num centro urbano. Que casa, num centro urbano brasileiro, possui uma lareira???!!!! Garanto que não é a minha e, muito provavelmente, nem a sua.
Bom, podemos continuar amando as festas de fim de ano e você pode continuar falando para seu filho que quem deu aquele par de meias ridículo foi um Papai Noel irritado com a mal criação que ele fez ontem, e não aquela tia-avó chata com botox. Porém, quando fizer isso você tem que dizer uma destas duas coisas:

- Ou você explica o que é um trenó, o que são renas, e explica que é assim pois ele vive no Pólo Norte
- Ou você diz que não deu para ele comprar o novo PS3 pro seu filho, ou a nova Barbie que mija pra sua filha, porque ele teve muitos gastos com a condução.

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